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A existência da alma

Excerto do livro “A vida tem sentido” de Serge Toussant, FRC

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A existência da alma

O ser humano não se limita a um corpo material mantido em vida por um conjunto de processos físico-químicos. Ele possui também uma faculdade extraordinária: a consciência. Ora, ao contrário do que pensam os ateus, ela não é produto apenas do cérebro. Do ponto de vista espiritualista, ela é um atributo da alma. É isso o que explica por que uma pessoa privada de suas funções cerebrais por causa de um gravíssimo acidente ou de uma doença degenerativa continua, além das aparências, a pensar e a sentir emoções. O fato de seu eletroencefalograma não acusar nada não significa que ela não tenha mais nenhuma consciência, mas apenas que ela está privada de sua fase objetiva, a qual depende efetivamente da atividade cerebral.

Outro fato notável em todo ser humano: ele não tem consciência apenas de si mesmo, dos outros e do seu meio. Ele também tem consciência do bem e do mal, o que explica por que ele sente a consciência leve e a consciência pesada conforme aquilo que pensa, diz ou faz. Certamente, as noções de bem e mal são um tanto arbitrárias e podem variar de uma cultura a outra, mas sabemos em nossa alma e em nossa consciência” que alguns comportamentos são fundamentalmente bons, ao passo que outros são fundamentalmente maus a ponto de termos vergonha deles. O fato de sermos capazes de discernir uns dos outros e de nos conformarmos a uns mais do que a outros nos traz toda a problemática do livre-arbítrio e dá uma dimensão particular à nossa vida.

Será possível provar a existência da alma? A priori, é impossível. Todavia, ao se considerar aquilo que o ser humano criou de mais belo e mais útil em âmbitos tão diversos tais como a arquitetura, a literatura, as artes, a ciência, a tecnologia etc., como pensar que ele tenha conseguido isso unicamente por meio de sua inteligência cerebral? Melhor ainda, ao se pensar nas emoções mais belas e nos sentimentos mais nobres que ele é capaz de sentir e expressar, como o maravilhamento, a compaixão, a fraternidade, a amizade e o amor, como não ver em tudo isso a presença de alguma coisa sublime e divina?

Mas então: o que é a alma? Do ponto de vista rosacruz, é a energia espiritual que anima o ser humano, no sentido de que lhe dá vida e consciência. Como tal, ela impregna todas as células de nosso corpo, assim como o ar que preenche todos os cômodos de uma casa. Ao contrário do que ensina a maior parte das religiões, a alma não se situa num órgão específico, como o cérebro ou o coração, e nem tampouco no sangue. A ciência é atualmente incapaz de evidenciar essa energia ou mensurá-la, mas eu não me surpreenderia se ela um dia lograsse fazê-lo e que assim provasse a existência, em cada um de nós, de um corpo etéreo constituído de partículas espirituais.

Outra questão se apresenta relativamente ao assunto da alma humana: de onde ela provém? Aos olhos da ontologia rosacruz, ela é uma emanação da Alma Universal, ou seja, da Alma que impregna o universo desde suas origens. Para retomarmos o que havíamos dito anteriormente, isso quer dizer que todo ser humano é um filho das estrelas, não apenas por causa dos elementos que constituem seu corpo físico, mas também pela essência espiritual que o anima. Esta é a razão pela qual em muitos escritos religiosos e também míticos está dito que o homem é uma alma vivente. Cada um de nós é, pois, um ser duplo e pertencente a dois mundos – não opostos, mas complementares: o visível e o invisível; tangível e intangível; material e imaterial. É precisamente essa dualidade que confere à nossa existência um objetivo transcendental.

Para compreender o objetivo de nossa presença na Terra não devemos considerar agora a origem da alma humana, mas sua natureza como tal: ela é perfeita em essência, a exemplo da Alma Universal, designada pelos hinduístas e por alguns budistas pelo nome de Atman (pronunciado Atma em sânscrito). De fato, é nela que reside aquilo a que chamamos qualidades, ou, para retomarmos o termo caro a Sócrates, virtudes, tais como a humildade, a integridade, a generosidade, a tolerância, a benevolência etc. Se vivemos na Terra, é para nos conscientizarmos dessas virtudes e exprimi-las através de nosso comportamento, no contato com os outros. Em outras palavras, é para evoluirmos espiritualmente e atingirmos algum dia o estado de Sabedoria. É o que ademais ensinaram todos os Mestres e todos os Iniciados do passado, independentemente das épocas e dos lugares em que viveram.

Certamente, a julgar pelo comportamento atual da maior parte dos indivíduos, seria possível duvidar de que o ser humano é perfeito em essência. É por isso que muitas pessoas, dentre as quais “filósofos”, estão convencidas de que, ao contrário, ele é imperfeito por natureza. Contudo, elas não podem negar que ele é capaz de se aprimorar. Isto pressupõe que haja nele “alguma coisa” que o incita a se tornar melhor, o que nos lembra as proposições de René Descartes: Como poderia eu saber que não sou perfeito se eu não tivesse em mim nenhuma ideia de um Ser mais perfeito que o meu, e através de cuja comparação eu posso conhecer os defeitos da minha natureza?

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