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Meditação – silêncio místico

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Meditação – silêncio místico

– Minhas tentativas de meditação têm sido menos que satisfatórias. Minha mente costuma vaguear e quando consigo certa medida de harmonização, experimento uma sensação de apreensão. O que deve e não deve ser feito durante esse processo?

Uma descrição bem interessante do processo da meditação encontra-se numa lição de grau adiantado, onde encontramos a afirmação de que as revelações dos mistérios da vida emergem da capa da “….obscuridade do oculto silêncio místico”. Naturalmente, essa é uma referência ao período de meditação profunda a que o Eu do místico se entrega de tempos a tempos.

As monografias, como todos nós sabemos, estão cheias de conselhos muito bons, práticos, simples, de modo que nesta resposta tentaremos seguir essa diretriz,  evitando nos tornarmos muito abstratos. Primeiro, quando estamos para nos entregar a um período de meditação, devemos já ter completado os estágios preliminares e essenciais do trabalho mental. Por exemplo: suponhamos que você está tendo alguma dificuldade doméstica, social ou profissional. Seu objetivo,  absolutamente correto, não é o de pedir à Mente Cósmica que resolva esse preocupante problema para você, e sim o de alcançar certa medida de visão interior que lhe permita lidar com o problema ou talvez superá-lo de forma racional e construtiva.

Ao confrontar seu problema particular, na preparação para a meditação, você já deve ter analisado todo ele, separando-o ou dividindo-o mentalmente em partes para um exame e estudo mais fácil. Deve ter pensado profundamente no inter-relacionamento de uma parte com outra, ou seja, deve ter efetuado uma completa análise da situação.

Deve ter usado o pensamento racional, a inteligência, para pensar logicamente, buscando a verdade de uma situação – descobrindo fatos e descartando a ficção. Em outras palavras, você deve ter feito seus poderes de raciocínio entrarem em ação.

Pode, inclusive, ter examinado o seu problema como um todo, à luz de outros problemas, que já tenha enfrentado no passado, anotando as semelhanças, perguntando-se o que essas semelhanças ou diferenças lhe dizem a seu próprio respeito. Em seguida, deve ter tentado tirar conclusões válidas, por esse processo de comparação.

Conforme dissemos, esse trabalho preliminar já deve ter sido feito, e muitos estudantes, ao fazê-lo, relataram que tinham vislumbrado uma solução para o seu problema por meio desses processos subjetivos, intelectuais, sem necessitar um trabalho adicional. Entretanto, se após fazer a análise e, quem sabe, exercícios de visualização, você perceber que seu problema continua sem solução, então há a necessidade de uma visão interna mais profunda. Nesse processo, algumas armadilhas devem ser evitadas em nossa jornada para o centro de nosso ser.

Primeiro, uma arrogância muito sutil e estranha por vezes infecta a mente humana. Referimo-nos àquilo que poderia ser chamado de uma deliciosa tentação de entronizar nosso próprio raciocínio, a ponto de sentirmos que se nossos poderes intelectuais de visão interior são insuficientes para penetrar no cerne do problema, então este não pode ser resolvido. Essa atitude é extremamente insidiosa, causando-nos uma sensação de auto-importância, secretamente acolhida e abrigada.

Naturalmente, nem todos os estudantes de misticismo estão sujeitos a essa condição e os que estão, na maioria das vezes, ignoram o fato. Alguns estudantes superam conscienciosamente essa condição, mas para aqueles que não o conseguem, ela resulta numa relutância habitual e até na recusa em acreditar que o Mestre Interior pode ajudar, como ainda na rejeição de maiores esforços – como a meditação – para resolver problemas.

Uma condição negativa semelhante e igualmente danosa, que impede nossos esforços de meditação, é a atitude de ceticismo habitual. É claro que podemos ser céticos até certo ponto no trabalho místico, mas há um momento em que a indecisão, a desconfiança, a suspeita, a falta de convicção e a dúvida devem ser firmemente colocadas de lado, enquanto enfrentamos corajosamente o desconhecido, o “oculto silêncio místico”.

Nossas monografias enfatizam que a meditação é geralmente praticada com o propósito de recebermos impressões da Mente Universal. Também devemos recorrer à meditação como a um processo de tonificação, independentemente da existência ou não de problemas pessoais, para nos mantermos numa condição de harmonia. Mas o que é de primordial importância na meditação não é contemplar, julgar, pesar ou avaliar dados que possamos receber. Ao contrário, deve haver um fluxo livre de impressões durante esse período. Em outras palavras, fratres e sorores, quando entrarem  em meditação, não tentem apagar a mente a ponto de impedi-la de contemplar ou analisar, ou de pensar em coisas variadas e detalhes triviais. Ao mesmo tempo, deverão estar conscientes das impressões no momento em que fluírem, pois com freqüência elas trazem a resposta que vocês solicitarem do Cósmico – mas não parem para analisá-las ou focalizá-las naquele momento.

Falamos da armadilha que representa a entronização da mente pensante e através disso o fechamento do canal às impressões cósmicas. Antes de continuarmos, será conveniente mencionar um outro obstáculo, igualmente pernicioso para o sucesso de uma meditação: o medo. Existem muitos tipos de medo – medo de fracassar, do escuro, do desconhecido, e assim por diante. As lições rosacruzes ensinam que o medo em nosso trabalho místico é a pressuposição de aquilo que é desconhecido é nocivo e devemos lhe opor resistência. Como não sabemos o que há adiante, e como em nossa meditação estamos tentando alcançar a Mente de Deus, não pode haver conseqüências danosas ou perigosas provindas de nossa mente, direcionada como está para algo que é todo positividade, todo bondade, todo amor e todo Divindade.

Não obstante, encontramos em alguns estudantes essa condição habitual de medo causando tensão e expectativa de perigo. O estudante pode não ter consciência dessa condição interior, mas ela pode manifestar-se quando o estudante começa a alcançar um bom nível de harmonização. Impressões iniciais provindas do cósmico podem começar a perpassar sua consciência e possivelmente causar uma sensação parecida com a de sentir um toque leve de ombro ou uma brisa fresca no rosto, ouvir um acorde musical, etc. Por causa do medo profundamente arraigado, o estudante se assusta, se alarma, se surpreende, se amedronta e pode até sentir um certo choque. Isto imediatamente causa um movimento do corpo e interrompe o processo de harmonização.

A pergunta feita, na verdade, inclui o fator do sentimento de apreensão vivenciada por alguns estudantes, enquanto tentam meditar. Se uma pessoa abrigar efetivamente uma expectativa temerosa ou inquieta sobre o que pode acontecer, ou até um pavor ou mau presságio ligado a um mal-estar iminente durante a meditação, certamente haverá ansiedade e tensão interferindo no processo meditativo. O estudante faria bem em ser plenamente honesto consigo mesmo e enviar sugestões dinâmicas e construtivas ao eu Interior todas as manhãs e noites, pelo tempo que seja necessário para adquirir os hábitos, opostos, de autocontrole, confiança, resolução e coragem que neutralizarão o padrão do medo irracional.

Nunca será demais enfatizar que a menor intelectualização quando entramos no período de meditação anula a desejada harmonização mística. Imploramos aos nossos estudantes que deixem de lado esse tipo de raciocínio, até que o período de meditação esteja terminado. Então poderão fazer uma análise tão detalhada e crítica quanto desejarem.

Alguns estudantes permitem que condições comuns e rotineiras de seus assuntos diários penetrem em sua consciência, com isso interferindo no processo da meditação. Pensam em suas finanças, nas roupas que precisam levar à lavandeira, procuram se lembrar se deram comida ao cachorro, e se perguntam se o telefone vai tocar; imaginam o que haverá para o jantar, planejam limpar as vidraças, lavar a louça, acertar o despertador, e um batalhão de outras pequenas coisas que atulham a mente.

Alguns deixam que condições ambientais mínimas atrapalhem sua meditação. Pensam no brilho da lâmpada, no tipo de cadeira em que estão sentados, no tamanho do Sanctum, no estilo da roupa que estão usando, e assim por diante. Todas essas coisas são contraproducentes quando se deseja meditar.

Que se pode fazer de forma construtiva para atingir o delicado equilíbrio interior, aquele estado intermediário em que se poderá meditar tranqüilamente? Já explicamos que o raciocínio e a dissecação do problema, se for o caso, já devem ter sido feitos. Terminada essa fase, rejeite todo e qualquer sentimento de medo e negatividade. Dispense os fragmentos de minúcias mentais que tentam capturar sua atenção. RELAXE. Não deixe lâmpadas fortes acesas, pois luzes brilhantes estimulam os nervos ópticos, dando prioridade ao sentido físico da visão. A idéia é diminuir o máximo de estímulos físicos possíveis, como preparação para a harmonização.

Procure um ambiente de paz e quietude, pelo menos por algum tempo, se lhe for possível. Alguns estudantes preferem o silêncio absoluto, enquanto outros preferem colocar música para meditação. A música relaxante pode ter dupla utilidade. Primeiro, pode ajudar a manter afastados os pensamentos perdidos que tendem a invadir a mente. Segundo, pode ser tranqüilizante para os sentidos físicos e ao mesmo tempo estimular e elevar os sentidos mais elevados. Por outro lado, o silêncio total é válido e perfeitamente aceitável.

Evite usar incenso muito forte, que tem efeitos semelhantes à música dissonante que perturba o sentido da audição. Em ambos os casos, estaremos  priorizando um dos cinco sentidos físicos que conforme dissemos, devemos tentar apaziguar e aquietar. Só use incenso que considere suave e agradável.

Assegure-se de que o local onde vai meditar não está muito quente nem muito frio. Entoe sons vocálicos se for viável, pois estes estimulam suavemente os centros psíquicos e auxiliam na elevação da freqüência vibratória de todo o corpo psíquico, dando melhores condições de preparação para o recebimento de impressões cósmicas. A intenção deve ser a de conduzir o eu a um estado em que possa harmonizar-se facilmente com o cósmico. Se você não dispõe de muita privacidade, tente entoar os sons vocálicos mentalmente. Se o tempo disponível permitir, inclua respirações profundas positivas, aliadas ao exercício de concentração em todas as partes do corpo.

Se em sua meditação começar a ver uma cor psíquica ou ouvir uma nota musical psíquica, sentir uma presença psíquica ou perceber um pensamento elevado desabrochando em sua consciência, entre outras possibilidades, não tenha medo. Não se surpreenda, não se assuste, não se torne analítico. Permaneça calmo, não-emocional. Observe. Deixe que a situação aconteça naturalmente, em seu próprio passo, sem qualquer interferência de sua mente.

Alguns estudantes descobriram que respostas a seus problemas foram reveladas por partes à sua mente. Em outras palavras, a situação que os preocupava requeria uma série graduada de respostas, que eventualmente lhes deram uma visão ampla do caso, que poderíamos chamar de “panorama”.

Fratres e sorores, queremos estimulá-los a cultivarem o hábito da harmonização com o Infinito. Tentem harmonizar-se por dez ou quinze minutos diariamente, em um local tranqüilo, de preferência seu Sanctum. Se não possuir um Sanctum só seu, tente isolar-se em qualquer local, durante o dia ou à noite, e peça auxílio de seu eu Interior para que o assista em seu desejo de meditar com êxito. Acima de tudo, mantenha a mente aberta, a consciência desejosa. Seja humilde e fique pronto a receber, em seu “silêncio místico”, a sabedoria da mente de Deus. – GLI

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